sábado, 30 de junho de 2012

Rio+20 e velhas mazelas


A africana Hadjatu Aboubacar, que veio para o Brasil participar da Rio+20, não consegue voltar para casa. A mulher, que mora em Niger, teve o passaporte e o dinheiro roubados e não pode embarcar. Ela deveria ter seguido para o seu País no último domingo, onde terá de estar antes do dia 14 de julho, para o casamento da filha. 
Hadjatu, foi acolhida por uma pessoa que trabalhava na recepção da conferência, na casa de quem aguarda um documento que comprova sua origem, sem o qual não conseguirá desembarcar na Itália, onde fará conexão para Niger.
Além do drama por ela vivido, o que chama a atenção é que, embora tenha vindo ao Brasil para um evento de repercussão mundial, que projeta ainda mais o nosso País no cenário internacional, até o momento não se tem notícia de qualquer providencia tendente a minimizar ou solucionar o problema da cidadã africana, seja por parte do Governo Federal, especialmente do Itamaraty, seja por parte do Estado ou da cidade do Rio de Janeiro, onde ela foi assaltada.
Não fosse a solidariedade de uma cidadã comum, funcionária da Rio+20, a mulher provavelmente estaria dormindo em uma das calçadas do Rio e mendigando comida.
Às vésperas de sediar uma Copa do Mundo e uma Olimpíada, é preciso ter em mente que a magnitude de eventos como estes faz com que repercutam mundialmente não apenas os fatos positivos, mas também os negativos. 

terça-feira, 26 de junho de 2012

Invertendo obrigações

A PM de São Paulo anunciou que vai treinar empregados e gerentes de restaurantes para uma vigilância recíproca, entre os estabelecimentos, na tentativa de prevenir os arrastões que vêm se multiplicando. Seria mais adequado empregar o dinheiro público para aumentar, equipar e treinar os policiais militares que são pagos para isso. Os restaurantes, assim como as demais empresas e os cidadãos, em geral, já pagam impostos para terem, dentre outros serviços públicos, o de segurança; se esses recursos não fossem utilizados, em boa parte, para treinar e manter cabos eleitorais ou publicidades institucionais que são campanhas políticas veladas, talvez sobrassem para treinar e equipar policiais militares. Ao menos, no curto prazo, o governo paulista poderia criar uma espécie de compensação tributária para os restaurantes, cujos empregados passarão a exercer atribuições próprias da polícia. Nota: o autor desta postagem não é proprietário de restaurante, nem possui qualquer ligação pessoal ou profissional com o setor e sequer reside em São Paulo.