A africana Hadjatu Aboubacar, que
veio para o Brasil participar da Rio+20, não consegue voltar para casa. A
mulher, que mora em Niger, teve o passaporte e o dinheiro roubados e não pode
embarcar. Ela deveria ter seguido para o seu País no último domingo, onde terá
de estar antes do dia 14 de julho, para o casamento da filha.
Hadjatu,
foi acolhida por uma pessoa que trabalhava na recepção da conferência, na casa
de quem aguarda um documento que comprova sua origem, sem o qual não conseguirá
desembarcar na Itália, onde fará conexão para Niger.
Além
do drama por ela vivido, o que chama a atenção é que, embora tenha vindo ao
Brasil para um evento de repercussão mundial, que projeta ainda mais o nosso
País no cenário internacional, até o momento não se tem notícia de qualquer providencia
tendente a minimizar ou solucionar o problema da cidadã africana, seja por
parte do Governo Federal, especialmente do Itamaraty, seja por parte do Estado
ou da cidade do Rio de Janeiro, onde ela foi assaltada.
Não fosse a solidariedade de uma cidadã
comum, funcionária da Rio+20,
a mulher provavelmente estaria dormindo em uma das calçadas
do Rio e mendigando comida.
Às vésperas de sediar uma Copa do Mundo e uma Olimpíada,
é preciso ter em mente que a magnitude de eventos como estes faz com que
repercutam mundialmente não apenas os fatos positivos, mas também os negativos.